terça-feira, 8 de novembro de 2011

Análise dos Tipos de Gastos



Uma análise importante a se fazer em relação ao resultado da empresa é com relação aos tipos de gastos realizados no período. A empresa realiza diferentes tipos de gastos, nem todos despesas do negócio, sendo então importante a análise desses gastos para então o estudo dos que podem ou não ser reduzidos ou ajustados de forma a melhorar o resultado.
Uma primeira divisão entre os tipos de gastos é entre custos, despesas e gastos em investimentos. Custos e despesas são gastos diretamente relacionados ao negócio da empresa; ou melhor, deveriam ser, devendo os gestores analisar, identificar e possivelmente eliminar gastos tratados como despesas que não contribuam à realização dos negócios.
Gastos para investimentos não são custos nem despesas; são exatamente isso, saídas de caixa para pagamentos a pessoal interno ou a terceiros para execução de um projeto de investimentos. Quando os investimentos tiverem sido realizados, e aí começar o período de usufruto desse itens que foram disponibilizados, aí se inicia a cobrança e o lançamento de despesas, na forma de quotas de depreciação.

Sendo assim, temos que tratar somente dos custos e das despesas incorridos na realização do negócio da empresa e necessários à geração do resultado. Custos são os gastos realizados durante o processo de elaboração de algum produto, enquanto ele ainda está em poder da empresa, antes de ser comercializado e de gerar receita. Quando isso acontece, transformam-se em despesas, lançados em subtração a essas receitas para o cálculo do resultado bruto da operação.


Além dos custos para produção das mercadorias vendidas ou para prestação dos serviços, há outros tipos de despesas, não diretamente associados aos produtos, mas necessários à realização dos negócios. São agrupados basicamente em despesas com vendas, administrativas e financeiras.
Uma forma de analisar os custos e as despesas é por meio da divisão entre custos/despesas fixos e variáveis. Custos/despesas fixas são aqueles que ocorrem independentemente da produção das mercadorias para vendas ou da prestação dos serviços. Por exemplo, salários dos empregados, aluguel ou depreciação das instalações, gastos com telefone, água, luz etc. do pessoal administrativo, entre outros.

Os custos/despesas fixos garantem a produção dos bens ou a prestação de serviços até determinada quantidade. Certamente que, a partir de determinada quantidade de produção, serão necessários novos investimentos, aumento de capacidade produtiva, novo pacote tecnológico etc., o que mudará o montante de custos e despesas fixos; entretanto, até esse limite, o valor não muda consideravelmente pela variação no volume de produção. (Isso implica que o custo ou a despesa marginal da produção é ínfimo.)
Custo/despesa fixo não significa valor constante; o valor da conta telefônica do pessoal administrativo não é igual todo mês - constante - mas é tratada como despesa fixa, haja vista não varia com a quantidade de mercadoria produzida ou serviço prestado.
Custos e despesas variáveis, ao contrário, variam conforme o volume de produção, num determinado período de tempo. Há certamente limite máximo quanto pode ser produzido, a depender do pacote tecnológico instalado, mas de zero até essa quantidade é possível produzir qualquer quantidade.
O valor unitário para produção de alguma mercadoria ou prestação de algum serviço será dado pela somatória dos custos/despesas de cada um de seus componentes. Daí a necessidade de se conhecer a estrutura de custos e despesas dos produtos da empresa.
A partir do cálculo do valor unitário para produção e subtraindo este do valor líquido de venda, tem-se a margem de contribuição. Trata-se da contribuição dada por cada unidade de produto, ou pelo conjunto todo vendido num período, para compensar os gastos fixos.

As despesas financeiras, numa visão gerencial pelo menos, devem ser tratadas diferentemente dos elementos considerados nos itens acima. Elas não são custos de produção, nem devem ser divididas em fixas ou variáveis (ainda que o cálculo seja possível).
O tratamento recomendado a essas despesas é de remuneração ao capital de terceiros aplicado na empresa. Isso, assim como pagamento de dividendos e manutenção de reservas são remuneração ao capital dos sócios na empresa.
Vale destacar, ainda, que custos e despesas são gastos derivados de decisões de investimento realizadas na empresa; provavelmente por gestores responsáveis pelas áreas de produção, vendas, administração geral, novos produtos, projetos etc. Despesas financeiras, por outro lado, são gastos derivados de decisões de financiamento, tomadas possivelmente por outros gestores.
A partir da divisão entre custos e despesas fixos e variáveis e da separação das despesas financeiras, ajusta-se a demonstração de resultados para uma visão mais gerencial do negócio, o que permite importantes análises sobre o desempenho da empresa num período. Na Figura abaixo a seguir, está apresentada uma nova versão da demonstração de resultados, ajustada conforme os conceitos apresentados anteriormente.

Nessa demonstração, inicia-se pelo cálculo da margem de contribuição total, subtraindo o montante dos custos/despesas fixos da receita líquida de vendas. No período analisado, foram gerados R$ 177 milhões, a serem destinados ao pagamento dos custos/despesas fixos e às participações sobre o resultado, antes de se apurar o resultado líquido.
Dessa margem de contribuição, foram subtraídos os custos/despesas fixos e outras despesas operacionais, e somadas as receitas financeiras obtidas no período; chegou-se assim ao resultado antes do imposto de renda e contribuição social. Debitando-se estes dois itens, apurou-se o resultado operacional da empresa, ou seja, o resultado financeiro das decisões de negócios, de investimentos realizados por seus gestores. Esse valor de resultado seria o final caso as atividades da empresa fossem integralmente financiadas com recursos próprios, de seus sócios. No entanto, e como já vimos anteriormente, parte do financiamento é feito com recursos de terceiros (vide Figura 4), o que gera um montante de despesas financeiras, já que esses terceiros cobram pelo empréstimo de recursos.
Subtraem-se então essas despesas, e soma-se um valor de benefício fiscal devido às dívidas. Ou seja, porquê a empresa tem dívidas com terceiros, aos quais remunera pelos recursos emprestados, diminui o valor de imposto de renda e contribuição social sobre lucro que ela deve pagar. Chega-se finalmente ao resultado líquido, igual ao que já havia sido apresentado anteriormente. 



Fonte- http://www.relatoriosempresariais.com.br/9-_analises_dos_tipos_dos_gastos.html



Visite nossos bloggers:
Blogger Fiscal: http://www.manrefiscal.blogspot.com/
Para saber um pouco mais sobre a Manre Brasil acesse o site:

Nenhum comentário:

Postar um comentário